Por Marília Gonçalves
No último sábado, mais de 130 pessoas, entre moradores e convidados, participaram do Fórum Comunitário da Cidade de Deus. O Fórum, como noticiou o Observatório Notícias & Análises, foi organizado pelas organizações sociais de base comunitária da comunidade, com o objetivo de rever o Plano de Desenvolvimento Local, elaborado coletivamente em 2003.

Depois da abertura, os presentes se dividiram em oito grupos temáticos e revisaram as demandas de cada área no plano de 2003. Os grupos analisaram o que foi feito com relação a cada uma delas e o que se deseja daqui pra frente. Entre as demandas colocadas está a velha necessidade da comunidade, a construção de uma escola pública de ensino médio. Lucinha, presidente da Agência, acredita que esta é a principal demanda colocada. Ao lado dela, foi colocada a necessidade de um Centro Cultural gerido coletivamente e destinado exclusivamente para ações culturais dos grupos locais, no modelo em que hoje é gerido o Portal Comunitário da Cidade de Deus. O Plano revisado vai ser publicado no Portal Comunitário, dentro de uma semana.
Participação dos moradores e UPP SocialA Cidade de Deus tem, de acordo com levantamento local, cerca de 65 mil habitantes. Para Lucinha, a participação dos moradores no Fórum não foi suficiente. A gestora local da UPP Social, Antônia Gama, concorda com Lucinha, mas acredita que este não é um problema só da Cidade de Deus, nem só das favelas, mas de toda a população brasileira. “Numericamente a participação cívica da população brasileira também é muito baixa”, explica. Mas, para Antônia, a Cidade de Deus tem a característica de ter um movimento associativo forte, o que não foi visto nas outras comunidades pacificadas. Esse movimento, para ela, só tem a contribuir para o sucesso da UPP Social na comunidade.

O Comitê Comunitário da Cidade de Deus, órgão criado em 2003 que reúne diversas instituições locais, é um grande parceiro da equipe do programa governamental. “Isso é muito interessante porque são eles que fiscalizam o nosso trabalho. A gente não chega aqui com um trabalho por realizar. Eles já realizam este trabalho”, explica Antônia. Mas os gestores estão de olho na participação também dos moradores que não estão organizados. “É uma preocupação nossa estar também em contato com os demais moradores, no corpo a corpo, para ouvir outras demandas”, conclui.
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